A Ilha Misteriosa - Cap. 4: CAPÍTULO IV Pág. 23 / 186

- É o Top! - gritou, por sua vez, Harbert, que também acordara.

Tentaram sair para o exterior das Chaminés, mas a ventania empurrava-os para trás com tanta força, que a única alternativa foi acenar da entrada com um archote aceso. Os latidos soavam cada vez mais perto. Subitamente, um cão precipitou-se para o interior do primeiro corredor do abrigo.

Era o cão do engenheiro Smith, mas infelizmente vinha só. Nem o dono nem Nab estavam com ele! Harbert abraçou-se ao cão, com a esperança renascida.

Havia, contudo, um detalhe que os intrigava: o animal não apresentava quaisquer sinais de fadiga, nem estava sujo de areia ou lodo...

- Se o cão apareceu, o dono também há-de aparecer! - disse o repórter.

- Vamos embora! O Top nos guiará! - exclamou Harbert.

Antes de saírem, Pencroff teve o cuidado de alimentar a lareira com mais lenha. A tempestade estava no auge e não se via um palmo diante do nariz. Seguiram, pois, em fila atrás do cão, confiando apenas no instinto do inteligente animal.

Quando o dia nasceu, pelas seis da manhã, encontravam-se a cerca de nove quilómetros das Chaminés, caminhando por uma praia plana orlada de muitos rochedos. Nessa altura, Top começou a dar mostras de agitação, correndo para trás e para diante, como que atraindo o marinheiro para o interior, na direcção de uma zona de dunas eriçadas de cardos. Apressaram-se a seguir o cão e, cinco minutos mais tarde, Top parou diante de uma espécie de gruta escavada na areia e desatou a ladrar. Spilett, Pencroff e Harbert entraram e o que viram deixou- -os estarrecidos. Nab estava de joelhos, inclinado sobre um corpo... o corpo do engenheiro Cyrus Smith! O pobre negro levantou-se pesadamente, desfigurado pelo cansaço e pela dor; para ele, o patrão estava morto.





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