A Ilha Misteriosa - Cap. 4: CAPÍTULO IV Pág. 25 / 186

O engenheiro parecia recuperar da prostração em que o haviam encontrado e Spilett, vendo-o melhor, fez o relato do que lhes acontecera desde a queda do balão à descoberta das Chaminés, sem omitir as buscas e a dedicação de Nab, assim como o papel determinante do cão, que os fora chamar.

- Quer dizer, então, que não me encontraram caído na praia?- perguntou Cyrus Smith, ainda com a voz enfraquecida.

- Não, Cyrus, você já estava aqui nesta gruta - respondeu o repórter.

- E este lugar a que distância fica dos recifes? - perguntou Smith.

- A um quilómetro, mais ou menos - informou Pencroff.

- E se o senhor está espantado, olhe que nós não ficámos menos por tê-lo encontrado tão longe da praia!

- Sim, sim, é muito estranho... - murmurou o engenheiro.

- E agora se nos contasse também o que lhe aconteceu? - retomou o marinheiro.

Mas Cyrus Smith de pouco se lembrava. Mal caíra ao mar, apercebera-se da presença do cão junto dele; a costa estava a uns oitocentos metros e começara a nadar com quanta força tinha, lutando contra as vagas, quando, de repente, uma corrente fortíssima os arrastou para norte. Depois de uma meia hora de esforços sobre-humanos, com Top a agarrá-lo pelas roupas, sentira-se perder as forças e desfalecer... A seguir, não conseguia recordar-se de mais nada!

- Mas, pelos vistos, veio dar à costa e foi capaz de chegar a esta gruta! - exclamou o marinheiro. - Nab viu as suas pegadas na areia!

- Sim... pode ser... disse o engenheiro, hesitante. - E vocês viram algum sinal de presença humana por estas paragens?

- Nem um traço! - respondeu Spilett. - De resto, se alguém o tivesse salvo e trazido até aqui, por que é que depois o havia de abandonar?

- Sim, você tem razão, meu caro Spilett.





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