A Ilha Misteriosa - Cap. 4: CAPÍTULO IV Pág. 26 / 186

Ouve cá, Nab, as tais pegadas ainda lá estão?

- Sim, patrão, ainda há algumas no outro lado da duna, num sítio abrigado do vento. As outras, o temporal apagou-as.

- Pencroff, faça-me um favor! - pediu Cyrus Smith. - Leve os meus sapatos e veja se as pegadas coincidem.

Instantes depois, o marinheiro estava de volta. Não havia qualquer dúvida! Os sapatos do engenheiro correspondiam exactamente às pegadas marcadas na areia!

- Ah! Então devo ter caminhado como um sonâmbulo, sem qualquer consciência do que fazia... Foi o Top que me arrancou à fúria das ondas e que, com o seu instinto, me guiou até aqui! Anda cá, meu bravo cão!

Chegara o momento de transportar Cyrus Smith para as Chaminés. Estenderam o amigo, que mal se tinha de pé, numa padiola improvisada com troncos e ramos e puseram-se a caminho. Pelas cinco e meia da tarde, chegaram diante do abrigo. O engenheiro adormecera profundamente, e nem acordou quando Pencroff e Nab pousaram a padiola no chão.

A cena com que depararam era inquietante! O temporal da véspera modificara por completo o aspecto do local. O mar tinha subido muito e a força das ondas arrastara a areia, deixando muitos rochedos a descoberto e a praia juncada de algas e limos... Temendo o pior, Pencroff precipitou-se para o interior das Chaminés. Os seus receios confirmavam-se! A maré entrara pelos corredores destruindo tudo e, pior ainda, apagando o fogo!





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