A Ilha Misteriosa - Cap. 5: CAPÍTULO V Pág. 32 / 186

se seria possível escalar o segundo cone ou, pelo menos, contorná-lo pela base; se nem uma coisa, nem outra fosse praticável, toda a vista da parte ocidental daquela terra lhes ficaria vedada, gorando-se assim, pelo menos em parte, a finalidade da expedição.

O jovem Harbert dispôs-se a acompanhá-lo, enquanto o marinheiro e o negro tratavam das instalações para a dormida e o repórter tomava nota dos acontecimentos do dia.

Apesar da semi-obscuridade e do cansaço, escalaram rapidamente os últimos metros que os separavam do topo do primeiro cone, deparando-se com a enorme cratera de um vulcão já extinto. A lava solidificada formava saliências caprichosas no seu interior, assim como uma espécie de escadaria natural a facilitar a descida e a subida do outro lado.

Sem hesitar, o engenheiro e o rapaz desceram pela cratera e galgaram os cerca de trezentos metros que os separavam do topo do cone superior. A escuridão era agora quase completa. Como seria aquela terra desconhecida? Estaria completamente rodeada pelo mar ou unida a um continente do Pacífico? Justamente para o lado oeste, o céu carregado de nuvens adensava ainda mais as trevas, não deixando vislumbrar se, ali, havia terra ou mar...

Mas, subitamente, as nuvens abriram-se num rasgão e a Lua, em quarto crescente, surgiu perto da linha do horizonte, reflectindo o seu brilho numa superfície... líquida! Cyrus Smith agarrou com força a mão do rapaz e declarou gravemente:

- É uma ilha!





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