A Ilha Misteriosa - Cap. 12: SEGUNDA PARTE: O ABANDONADO - CAPÍTULO I Pág. 70 / 186

O resto do dia foi dedicado ao transporte do conteúdo do caixote para a sala grande da Casa de Granito, onde tudo ficou devidamente arrumado.

No dia seguinte, 30 de Outubro, estava tudo a postos para a expedição. Na verdade, os últimos incidentes - a descoberta do grão de chumbo e do caixote - tornavam urgente uma viagem de exploração da ilha. O plano do engenheiro consistia em subir o Mercy até onde fosse navegável, de modo a avançar no sentido oeste com o mínimo de esforço e de fadigas.

Às seis horas da manhã, os nossos colonos empurraram o bote para a água e embarcaram. A bordo, levavam reservas de carne para três dias e o fogãozinho portátil que vinha no caixote, bem como dois machados de lenhador, caso fosse preciso desbravar mato, as espingardas de pederneira, uma carabina, as facas de mato, o óculo de longo alcance e a bússola. Estavam, portanto, graças ao caixote providencial, devidamente equipados para se aventurarem na floresta desconhecida.

Chegados à foz do Mercy, após meia hora de espera pela maré favorável, iniciaram a subida do rio aproveitando a corrente da enchente. Pelas dez da manhã, atingiram a segunda curva, uns oito quilómetros a montante, e Cyrus Smith decidiu que acostassem para almoçar. As florestas das margens estendiam-se a perder de vista, mas, até ali e tanto quanto puderam observar, não havia o menor indício da presença de homens por aquelas paragens. O engenheiro tinha pressa de chegar à costa ocidental da ilha Lincoln - a cerca de dez quilómetros de distância, segundo calculava - e, assim, não demoraram a embarcar de novo.

À medida que navegavam rio acima, a profundidade do curso de água ia diminuindo, assim como a força da corrente, que a dada altura cessou por completo. Nab e Harbert pegaram nos remos e a subida prosseguiu.





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