A Ilha Misteriosa - Cap. 13: CAPÍTULO II Pág. 80 / 186

Cyrus Smith achou melhor esconderem-se todos, para ver a reacção dos intrusos. Nesse meio tempo, Nab e Pencroff foram à capoeira do planalto buscar uns pombos-da-rocha para o almoço. O tempo foi passando e a situação mantinha-se. Era desesperante!

- Ah! se eu apanho essa macacaria toda cá em baixo! Quantos serão? - perguntou Pencroff, feito uma autêntica fúria.

- Que situação mais ridícula, realmente! - desabafava o repórter. - E o pior é que não vejo maneira de lhe pôr fim...

- Há uma maneira... - disse, de repente, o engenheiro. - A entrada pelo escoadouro do lago!

- Com mil diabos! E eu que não me lembrei disso! - exclamou Pencroff.

A abertura do escoadouro, agora tapada com pedregulhos, teria de ser novamente destapada, mas não havia outra solução.

Os colonos correram às Chaminés a buscar as picaretas e já subiam a caminho do lago, quando começaram a ouvir uma chinfrineira medonha! Os orangotangos guinchavam e Top ladrava ao desafio...

- Toca a correr! Vamos ver o que é - disse o repórter.

Na Casa de Granito, a situação alterara-se radicalmente! Tomados de tão súbito quanto inexplicável terror, os quadrúmanos saltavam de janela em janela, até que atiraram a escada e desataram a descer empurrando-se uns aos outros... Na precipitação da fuga, alguns nem esperaram vez e lançaram-se para a praia, caindo estatelados. Dali a nada, havia uma boa dezena de orangotangos mortos na areia e outros tantos a fugir em direcção ao bosque do Jacamar.

- Hurra! Hurra! - gritava o marinheiro, que foi o primeiro a subir a escada.

A Casa de Granito estava um verdadeiro caos, mas depois de uma inspecção meticulosa, os colonos verificaram que a desarrumação era maior que o estrago propriamente dito. O resto do dia foi dedicado às tarefas de limpeza e arrumação, mas Cyrus Smith, por mais que pensasse no assunto, não atinava no motivo da súbita e aterrada fuga dos orangotangos.





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