A Rosa do Adro - Cap. 7: CAPÍTULO 7 Pág. 50 / 202

E, antes que o rapaz, boquiaberto, lhe perguntasse o motivo daquela comoção, retirou-se precipitadamente da janela, deixando Fernando ainda mais estupefacto.

Sem atinar com o motivo daquele ar misterioso, o jovem obedeceu ao último pedido e encaminhou-se para o lugar indicado.

A bouça chamada do Corado ficava algumas centenas de passos distante da igreja, para o lado do sul.

Era um extenso terreno atapetado de mato grosso e cerrado, partido apenas em diversas direções por pequenos caminhos ou atalhos, que davam saída para os campos vizinhos e para a estrada que atravessa a aldeia.

Por entre o mato elevava-se um sem-número de pinheiros bravos, de larga copa, entremeando-se por meio deles algumas outras árvores de menor porte, que no seu todo formavam à primeira vista uma extensa e impraticável floresta.

À direita de um dos atalhos que atravessavam a bouça, e um pouco distante, havia um pedaço de terreno coberto de viçosa relva, disposto quase em círculo e cerrado por um grande número de pequenas árvores, apresentando, pela sua disposição natural, um como pequeno bosque, por detrás do qual se levantava uma espécie de parede formada pela ramagem emaranhada de grande número de espinheiros e outras plantas bravias, que impediam a vista para o resto da bouça.

Foi neste aprazível lugar que Fernando entrou, e pela escolha que fizera dele dir-se-ia não lhe ser desconhecido, nem aquela a primeira vez que ali penetrava.

Sentou-se no tronco de uma árvore que ali se achava, encostou a ele a espingarda e esperou, enquanto que os dois cães que sempre o acompanhavam farejavam por entre o mato.

Passados poucos momentos, o jovem ouviu latir os cães, sinal evidente de que alguém se aproximava ou atravessava a bouça, e levantou-se para ver quem seria.





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