Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: Capítulo 15

Página 126

Até aí não fizera mais do que defender-se dos soldados transfretanos que o cercavam; mudando, porém, da defensão para o cometimento, arrojou-se contra os seus adversários, e em poucos instantes os que não caíram ante a acha de armas foram constrangidos a fugir, buscando amparar-se no meio dos esquadrões que se aproximavam.

Então o cavaleiro deu volta. A senda alvacenta que se estirava por entre o mato até a floresta começou a embeber-se-lhe debaixo dos pés do ginete. À vista, assemelhava-se a um rolo de fita, estendido e retesado por momentos, que, solto, busca, volvendo-se de novo, a sua curvatura anterior. A rapidez da corrida era quem o podia salvar: a dianteira dos almogaures árabes hesitara vendo recuar tantos homens diante de um homem só; porém, ao retroceder do cavaleiro, lançavam-se despeadamente após ele para o alcançarem antes que chegasse ao bosque.

Mas a distância que os separava era grande, e os árabes, lançando-se às cegas por entre as sarças e estevas e enredando-se nelas, retardavam-se a si próprios e aumentavam essa distância. A sua alarida, que ia retumbar ao longe nas anfractuosidades da serra, ajudava o esporear do guerreiro com o espanto que produzia no ágil e robusto ginete. Já bem perto do extremo da selva, o cavaleiro pôde distinguir uns vultos que pareciam esperá-lo. Ao seu bradar «Covadonga e Pelágio!» respondeu o mesmo brado, proferido por uma voz retumbante. Conheceu-a: era a de Sanción. O fero gardingo cumprira a sua promessa. A despedida dos cristãos do campo de Abdulaziz devia ficar escrita com letras de sangue na história dos triunfos do Islame.

Chegando à orla do bosque, as primeiras palavras que o cavaleiro negro soltou foram dirigidas a Sanción.

— Porque voltaste sem vo-lo eu ordenar, vós os que tínheis jurado obedecer-me em tudo? Onde está a irmã de Pelágio?

<< Página Anterior

pág. 126 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eurico, o Presbítero
Páginas: 186
Página atual: 126

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 7
Capítulo 4 12
Capítulo 5 18
Capítulo 6 22
Capítulo 7 28
Capítulo 8 32
Capítulo 9 46
Capítulo 10 55
Capítulo 11 63
Capítulo 12 71
Capítulo 13 90
Capítulo 14 105
Capítulo 15 121
Capítulo 16 134
Capítulo 17 148
Capítulo 18 158
Capítulo 19 171
Capítulo 20 176