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Capítulo 17: Capítulo 17

Página 151

— São as tiufadias da Tingitânia: são os soldados réprobos do conde de Septum, que Deus conduz aos desertos das Astúrias para que os abutres e javalis tenham lauto banquete de cadáveres.

Pelágio e o centenário voltaram-se: a voz que proferira estas palavras soara atrás deles. Era o cavaleiro do escabelo, que despertara às primeiras palavras do capitão dos esculcas e que, firmados os cotovelos sobre os joelhos e com a cabeça entre os punhos, escutara todo o diálogo.

— Quê?! — exclamou o mancebo — ainda há pouco havíeis cerrado as pálpebras; e já despertastes, Eurico?

— Duque de Cantábria, desde muito que o sono é sempre breve para mim: há muito que nestas veias ele não derrama consolação nem frescor. Adormecido ou desperto, o meu espírito vê sempre ante si imutável a realidade, e a realidade é medonha. Oxalá pudesse esta alma dormir!

— Bem o sei! — replicou o filho de Fávila. — A imagem da pátria, santa e melancólica, se misturava sanguinolenta nos vossos sonhos do dormitar. Algumas palavras soltas que proferíeis...

— Ah! — interrompeu o cavaleiro, pondo-se em pé rapidamente, com um gesto de espanto. — Eu falava?! Eram tão extravagantes os meus sonhos!... Que palavras me ouvistes! Delírios, loucuras!... Dizei; não é assim?

E olhava inquieto para o mancebo, como se receasse que um segredo importante lhe houvesse fugido dos lábios.

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pág. 151 (Capítulo 17)

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Capa do livro Eurico, o Presbítero
Páginas: 186
Página atual: 151

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 7
Capítulo 4 12
Capítulo 5 18
Capítulo 6 22
Capítulo 7 28
Capítulo 8 32
Capítulo 9 46
Capítulo 10 55
Capítulo 11 63
Capítulo 12 71
Capítulo 13 90
Capítulo 14 105
Capítulo 15 121
Capítulo 16 134
Capítulo 17 148
Capítulo 18 158
Capítulo 19 171
Capítulo 20 176