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Capítulo 5: Capítulo 5

Página 20

Lá, o rei sabia que o poder lhe vinha de Deus e da vontade dos Godos, que o centro era cajado de pastor, não cutelo de algoz, e a coroa uma carga pesada, não uma auréola de vanglória.

Hoje, nos paços de Toletum só retumba o ruído das festas, os francos e os vascónios talam as províncias do Norte, e a espada dos guerreiros só reluz nas lutas civis.

Hoje, os príncipes na embriaguez dos banquetes esqueceram-se das tradições de avós; esqueceram-se de que era aos capitães das hastes da Germânia que os romanos imbeles davam o nome de reis.

Hoje, a prostituição entrou no templo do Crucificado: os claustros das catedrais velam com o seu manto de pedra as abominações da torpeza, e as mãos do sacerdote deixam muitas vezes humedecida a tela que veste os altares com vestígios do sangue derramado covarde e vilmente.

Hoje, a cobiça assentou-se no lugar da equidade: o juiz vende a consciência no mercado dos poderosos, como as mulheres de Babilónia vendiam a pudicícia nas praças públicas aos que passavam, diante da luz do dia.

Hoje, a espada substituiu o conselho dos prelados, dos nobres e dos homens livres: a coroa é uma conquista, a lei vontade do desonrado vencedor de pelejas domésticas, a liberdade palavra mentida.

Império de Espanha, império de Espanha! porque foram os teus dias contados?

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pág. 20 (Capítulo 5)

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Capa do livro Eurico, o Presbítero
Páginas: 186
Página atual: 20

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 7
Capítulo 4 12
Capítulo 5 18
Capítulo 6 22
Capítulo 7 28
Capítulo 8 32
Capítulo 9 46
Capítulo 10 55
Capítulo 11 63
Capítulo 12 71
Capítulo 13 90
Capítulo 14 105
Capítulo 15 121
Capítulo 16 134
Capítulo 17 148
Capítulo 18 158
Capítulo 19 171
Capítulo 20 176