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Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 101

Tomemos agora um exemplo mais complexo. Certas plantas excretam um suco doce, aparentemente com o fim de eliminar algo prejudicial da sua seiva: isto realiza-se através de glândulas na base das estípulas em algumas leguminosas, e no verso da folha do loureiro comum. Este suco, embora em pequena quantidade, é avidamente procurado pelos insectos. Suponhamos agora a excreção de um pouco de suco ou néctar doce pelas bases interiores das pétalas de uma flor. Neste caso, os insectos, ao procurar o néctar, seriam polvilhados com o pólen e transportariam seguramente o pólen muitas vezes de uma flor para o estigma de outra flor. As flores de dois indivíduos distintos da mesma espécie cruzar-se-iam desta maneira; e temos boas razões para crer que o acto do cruzamento (como se aludirá posteriormente de uma maneira mais completa) produziria plantas jovens bastante vigorosas, que consequentemente teriam a maior probabilidade de florescer e sobreviver. Algumas destas plantas jovens herdariam provavelmente a capacidade de excretar néctar. As flores individuais com as maiores glândulas ou nectaríferas e que excretassem a maior quantidade de néctar seriam mais frequentemente visitadas por insectos e cruzar-se-iam com maior frequência; e assim, a longo prazo, tornar-se-iam preponderantes. As flores que, além disso, com os seus estames e pistilos posicionados, relativamente ao tamanho e hábitos dos insectos particulares que as visitam, de maneira a favorecer de alguma maneira o transporte do seu pólen de flor para flor, seriam analogamente favorecidas ou seleccionadas. Podíamos ter escolhido o exemplo de os insectos visitarem as flores em função da colheita do pólen em vez do néctar; e como o pólen é formado com o propósito exclusivo da fertilização,

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pág. 101 (Capítulo 5)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 101

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491