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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 156
Este é um tema muito importante, muito mal compreendido. O exemplo mais óbvio é o de as modificações acumuladas unicamente para benefício da cria ou larva afectarem, pode-se concluir com segurança, a estrutura do adulto; da mesma maneira que qualquer malformação que afecte o embrião incipiente afecta gravemente toda a organização do adulto. As diversas partes do corpo que são homólogas e se assemelham numa fase inicial do período embrionário parecem susceptíveis a variar de uma maneira análoga: vemos isto na variação simétrica dos lados direito e esquerdo do corpo; nas pernas dianteiras e traseiras e mesmo na variação conjunta das maxilas e membros, pois crê-se que a maxila inferior é homóloga aos membros. Não duvido de que a selecção natural pode dominar estas tendências de uma maneira mais ou menos completa: assim, existiu em tempos uma família de veados com um corno anteocular apenas de um lado; e se isto tivesse sido de alguma utilidade importante para a linhagem, talvez houvesse a probabilidade de a selecção natural o tornar permanente.

As partes homólogas, como alguns autores comentaram, tendem a coerir; isto vê-se com frequência em plantas monstruosas; e nada é mais comum do que a união de partes homólogas em estruturas normais, como a união das pétalas da coro la num tubo. As partes rígidas parecem afectar a forma das partes macias adjacentes; alguns autores crêem que a diversidade na forma da pélvis das aves causa a notável diversidade na forma dos seus rins. Outros crêem que a forma da pélvis na mãe humana influencia pela pressão a forma da cabeça do filho. Nas serpentes, de acordo com Schlegel, a forma do corpo e a maneira de engolir determinam a posição dos órgãos internos mais importantes.

A natureza do vínculo de correlação é muitas vezes completamente obscura.

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pág. 156 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 156

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491