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Capítulo 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA

Página 209

Todavia, em muitos casos é dificílimo conjecturar quais as transições por que um órgão poderia ter chegado ao seu estado presente; porém, considerando que a proporção de formas vivas e conhecidas para as extintas e desconhecidas é muito pequena, fiquei impressionado pela raridade com que se pode nomear um órgão acerca do qual se desconhecem quaisquer graus transicionais que a ele conduzam. A verdade desta observação mostra-se com efeito naquele velho cânone de história natural, «natura non facit saltum». Deparamo-nos com esta admissão nos escritos de quase todos os naturalistas experientes; ou, como Milne Edwards o exprimiu muito bem, a natureza é pródiga em variedade, mas avara em inovação. Por que razão, segundo a teoria da criação, seria isto assim? Por que razão todas as partes e órgãos de muitos seres independentes, cada qual supostamente criado independentemente para o seu lugar apropriado na natureza, estariam tão invariavelmente ligados uns aos outros por etapas gradativas entre si? Por que razão não daria a natureza um salto de estrutura para estrutura? Segundo a teoria da selecção natural, podemos compreender claramente por que razão a natureza não o faria; pois a selecção natural só pode agir tirando partido de ligeiras variações sucessivas; nunca pode dar um salto, mas tem de avançar pelos passos mais curtos e mais lentos.

Órgãos de importância aparentemente menor. - Uma vez que a selecção natural age por meio da vida e da morte - pela preservação de indivíduos com qualquer variação favorável, e pela destruição dos que tenham qualquer desvio de estrutura desfavorável- senti por vezes muita dificuldade em compreender a origem de partes simples, que não parecem suficientemente importantes para causar a, preservação de sucessivos indivíduos variantes.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 209

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491