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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 257
de uma casta nunca abandonam o ninho; são alimentadas pelas operárias de outra casta e têm um abdómen muitíssimo desenvolvido que segrega um género de mel, substituindo o que é excretado pelos afídeos, ou, como lhes podemos chamar, o «gado doméstico», que as nossas formigas europeias guardam ou aprisionam.

Considerar-se-á de facto que confio excessivamente no princípio de selecção natural, por não admitir que tais factos maravilhosos e bem estabelecidos aniquilam de imediato a minha teoria. No caso mais simples dos insectos assexuados, todos pertencentes à mesma casta ou ao mesmo tipo, que se tornaram por selecção natural, como creio que seja inteiramente possível, diferentes dos machos e fêmeas férteis -, neste caso, podemos concluir seguramente a partir da analogia com as variações comuns que cada modificação sucessiva, ligeira e vantajosa provavelmente não surgiu de início em todos os indivíduos assexuados no mesmo ninho, mas só em alguns; e que, pela selecção a longo prazo das antecessoras férteis que produziam o maior número de indivíduos assexuados com a modificação vantajosa, todas as assexuadas vieram a adquirir o carácter desejado. Segundo esta perspectiva, devemos ocasionalmente encontrar insectos assexuados da mesma espécie, no mesmo ninho, que apresentem gradações de estrutura; e encontramo-los de facto, inclusive com alguma frequência, considerando quão poucos insectos assexuados foram cuidadosamente examinados fora da Europa. O Sr. F. Smith mostrou quão surpreendentemente as assexuadas de diversas formigas britânicas diferem entre si em tamanho e por vezes em cor; e que as formas extremas podem por vezes ser perfeitamente ligadas por indivíduos retirados do mesmo ninho: eu próprio comparei gradações perfeitas deste tipo.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 257

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491