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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 295
e de não desejar nem ser capaz de produzir diferenças recônditas e funcionais no sistema reprodutivo; destas diversas considerações e factos - não penso que se possa provar a ocorrência universal da muito geral fertilidade das variedades, ou que esta forme uma distinção fundamental entre variedades e espécies. A fertilidade geral das variedades não me parece suficiente para desalojar a perspectiva que adoptei a respeito da muito geral mas não invariável esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos, nomeadamente, de que esta não é uma dotação especial, mas depende de modificações lentamente adquiridas, mais especialmente no sistema reprodutivo das formas cruzadas.

Comparação entre os híbridos e os mistos, independentemente da sua fertilidade. - Independentemente da questão da fertilidade, pode-se comparar a prole das espécies quando cruzadas e a das variedades quando cruzadas, em diversos outros aspectos. Gärtner, cujo grande desejo era estabelecer uma fronteira nítida entre as espécies e as variedades, encontrou pouquíssimas e, ao que me parece, irrelevantes diferenças, entre a chamada «prole híbrida» das espécies e a chamada «prole mista» das variedades. E, por outro lado, concordam perfeitamente em muitíssimos aspectos importantes.

Discutirei aqui este assunto com extrema brevidade. A distinção mais importante é que, na primeira geração, os mistos são mais variáveis do que os híbridos; mas Gärtner admite que os híbridos das espécies há muito cultivadas são amiúde variáveis na primeira geração; e eu próprio vi exemplos impressionantes deste facto. Gärtner admite, além disso, que os híbridos entre espécies muito intimamente próximas são mais variáveis do que os híbridos entre espécies muito distintas; e isto mostra que a diferença no grau de variabilidade desaparece gradativamente.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 295

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491