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Capítulo 2: CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO

Página 30
Em quarto lugar, os pombos têm sido observados e tratados com o máximo cuidado e amor por muitos povos. Foram domesticados durante milhares de anos em diversas partes do mundo; o registo mais antigo conhecido que temos de pombos pertence ao período da quinta dinastia egípcia, cerca de 3000 a.C., como me indicou o Professor Lepsius; mas o Sr. Birch informa-me que os pombos são mencionados numa ementa gastronómica da dinastia anterior. No tempo dos romanos, como sabemos através de Plínio, pagava-se somas avultadas por pombos; «mais do que isso, chegou-se ao ponto de poder determinar a sua ascendência e raça». Os pombos eram muito apreciados por Akber Khan, na Índia, cerca do ano 1600; juntamente com a corte, viajavam nunca menos de vinte mil pombos. «Os monarcas do Irão e do Turão enviaram-lhe algumas aves muito raras»; o historiador da corte prossegue, «Sua Majestade, ao cruzar as linhagens, método que nunca antes foi praticado, aperfeiçoou-as extraordinariamente». Por este período, o entusiasmo dos holandeses por pombos era tão grande como o dos antigos romanos. A importância fundamental destas considerações para a explicação da imensa quantidade de variação que os pombos sofreram será óbvia quando abordarmos o tema da selecção. Veremos então também como sucede que as linhagens têm tão frequentemente um carácter algo monstruoso. É também uma circunstância muitíssimo favorável à produção de linhagens distintas que se possa facilmente acasalar os machos e fêmeas do pombo para toda a vida; assim pode-se manter juntas linhagens diferentes no mesmo aviário.

Discuti a origem provável dos pombos domésticos com algum pormenor, ainda que muito insuficientemente; pois quando criei pombos pela primeira vez e observei os diversos tipos, sabendo

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 30

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491