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Capítulo 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS

Página 344
seguramente não nos teríamos apercebido do facto, embora o cavalo fóssil se tivesse certamente tornado cada vez mais raro, extinguindo-se por fim - sendo o seu lugar ocupado por um competidor mais bem-sucedido.

É dificílimo relembrar sempre que o crescimento numérico de todo o ser vivo é constantemente restringido pela acção prejudicial de factores inobservados; e que as mesmas acções inobservadas são amplamente suficientes para causar a raridade e, por fim, a extinção. Observamos em muitos casos nas formações terciárias mais recentes que a raridade precede a extinção; e sabemos que foi este o desenrolar dos acontecimentos com os animais que foram exterminados, quer local quer totalmente, através da acção humana. Posso repetir o que publiquei em 1845, nomeadamente, que admitir que as espécies geralmente se tornam raras antes de se extinguirem, não sentir qualquer surpresa perante a raridade de uma espécie e contudo ficar maravilhado quando esta deixa de existir, é quase idêntico a admitir que a doença num indivíduo precede a morte, não sentir qualquer surpresa perante a doença, mas ficar maravilhado quando o doente morre e suspeitar de que este morreu em virtude de algum desconhecido acto de violência.

A teoria da selecção natural funda-se na crença de que cada nova variedade, e por fim cada nova espécie, é produzida e preservada por ter alguma vantagem sobre aquelas com as quais entra em competição; e a consequente extinção das formas menos favorecidas segue-se quase inevitavelmente. O mesmo sucede com as nossas produções domésticas: quando se cria uma variedade nova e ligeiramente aperfeiçoada, de início suplanta as variedades menos aperfeiçoadas que se encontram nas proximidades; quando muito aperfeiçoada, é transportada para todo o , lado, como o nosso gado cornicurto, e ocupa o lugar de outras linhagens noutras regiões.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 344

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491