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Capítulo 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS

Página 346
a outras espécies que se modificaram e aperfeiçoaram, alguns, poucos, dos sofredores poderão frequentemente ser preservados durante muito tempo, por se terem adaptado a um modo de vida peculiar, ou por habitarem um local remoto e isolado, onde evitaram a severa competição. Por exemplo, uma única espécie de Trigónia, um grande género de moluscos nas formações secundárias, persiste nos mares da Austrália; e alguns membros do grande e quase extinto grupo dos peixes Ganóides ainda habitam as nossas reservas de água doce. Portanto, como vimos, a total extinção de um grupo é geralmente um processo mais lento que o da sua produção.

No que se refere ao extermínio aparentemente súbito de famílias ou ordens inteiras, como a dos Trilobites no final do período paleozóico e dos Amonites no final do período secundário, temos de relembrar o que já se afirmou acerca dos prováveis intervalos de tempo vastos entre as nossas formações consecutivas; e nestes intervalos pode ter havido muito extermínio lento. Além disso, quando por imigração súbita ou um desenvolvimento invulgarmente rápido, muitas espécies de um novo grupo se apoderam de uma nova área, terão exterminado com análoga rapidez muitos dos antigos habitantes; e as formas que assim cedem os seus lugares serão normalmente próximas, pois partilharão uma inferioridade comum.

Assim, segundo me parece, a maneira como se extinguem espécies individuais e grupos inteiros de espécies harmoniza-se com a teoria da selecção natural. Não temos de nos assombrar perante a extinção; se temos de nos assombrar perante algo, que seja perante a nossa presunção ao imaginar por um momento que compreendemos as muitas contingências complexas de que a existência de cada espécie depende. Se por um instante esquecemos

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pág. 346 (Capítulo 11)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 346

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491