A Origem das Espécies - Cap. 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Pág. 397 / 524

e a algumas formas setentrionais temperadas, pois algumas são as mesmas nas montanhas mais baixas e nas planícies da América do Norte e da Europa; e pode-se razoavelmente perguntar de que modo explico o grau necessário de uniformidade das formas subárcticas e setentrionais temperadas em todo o mundo, no início do período glacial. Hoje em dia, as produções subárcticas e setentrionais temperadas do Velho e Novo Mundos estão separadas entre si pelo Oceano Atlântico e pelo extremo Norte do Oceano Pacífico. Durante o período glacial, quando os habitantes do Velho e Novo Mundos viviam mais a sul do que no presente, teriam de estar ainda mais completamente separados por extensões oceânicas mais vastas. Creio que se pode superar a dificuldade anterior considerando mudanças de clima ainda mais antigas, de natureza oposta. Temos boas razões para crer que durante o período Plioceno mais recente, antes da época glacial, e enquanto a maioria dos habitantes do mundo eram especificamente os mesmos que hoje, o clima era mais quente do que hoje em dia. Podemos portanto supor que os organismos que hoje vivem sob o clima da latitude 60°, durante o Plioceno viviam mais a norte no Círculo Polar, na latitude 66°-67°; e que as produções estritamente árcticas viviam então na terra descontínua ainda mais perto do pólo. Se olharmos para um globo, veremos que sob o Círculo Polar há terra quase contínua desde a Europa ocidental, através da Sibéria até à América. E a esta continuidade da terra circumpolar e à consequente liberdade para a intermigração sob um clima mais favorável atribuo a quantidade necessária de uniformidade nas produções subárcticas e setentrionais temperadas do Velho e Novo Mundos, num período anterior à época glacial.

Acreditando, por





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