Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Página 407
Assim, muitas destas formas errantes, embora ainda visivelmente próximas por hereditariedade das suas irmãs dos hemisférios norte e sul, existem hoje nos seus novos ambientes como variedades bem marca das ou espécies distintas.

É um facto notável, energicamente sublinhado por Hooker no que se refere à América, e por Alph. De Candolle à Austrália, que muitas mais plantas idênticas e formas próximas aparentemente migraram de norte para sul do que na direcção inversa. Observamos, todavia, algumas formas vegetais meridionais nas montanhas do Bornéu e da Abissínia. Suspeito de que esta preponderância da migração de norte para sul se deve à maior extensão de terra no norte e ao facto de as formas setentrionais terem existido no seu próprio ambiente nativo em maior quantidade, tendo consequentemente sido aperfeiçoadas por meio da selecção natural e pela competição, até atingirem um estágio mais elevado de perfeição ou poder dominador do que as formas meridionais. E assim, quando se misturaram durante o período glacial, as formas setentrionais puderam vencer as menos poderosas formas meridionais. Tal como vemos hoje em dia que muitíssimas produções europeias revestem o solo em La Plata, e em menor grau na Austrália, tendo até certo ponto vencido as formas nativas; ao passo que pouquíssimas formas meridionais se naturalizaram em qualquer parte da Europa, embora para aqui se tenha importado de La Plata peles, lã e outros artigos susceptíveis de transportar sementes, em grandes quantidades nos últimos dois ou três séculos, e da Austrália nos últimos 30 ou 40 anos. Algo semelhante tem de ter ocorrido nas montanhas intertropicais: sem dúvida antes do período glacial estas estavam povoadas de formas alpinas endémicas; mas estas cederam em quase todo o lado às formas mais dominantes, geradas nas áreas maiores e áreas de produção mais eficiente no norte.

<< Página Anterior

pág. 407 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 407

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491