Hooker na sua admirável monografia sobre a flora deste arquipélago. O naturalista, observando os habitantes destas ilhas vulcânicas do Pacífico, que distam muitas centenas de milhas do continente, sente porém que se encontra em solo americano. Por que razão seria isto assim? Por que razão as espécies que se supõe terem sido criadas no Arquipélago das Galápagos, e em nenhum outro lugar, exibiriam uma marca de afinidade tão evidente com as espécies criadas na América? Nada há nas condições de vida, na natureza geológica das ilhas, na sua altitude ou clima, ou nas proporções em que as diversas classes estão mutuamente associadas que se assemelhe intimamente às condições do litoral sul-americano: na verdade, há uma considerável dissemelhança em todos estes aspectos. Por outro lado, há um grau considerável de semelhança na natureza vulcânica do solo, no clima, altitude e tamanho das ilhas, entre os arquipélagos das Galápagos e de Cabo Verde: mas que diferença integral e absoluta nos seus habitantes! Os habitantes das ilhas de Cabo Verde são aparentados com os de África, como os das Galápagos são com os da América. Creio que este importante facto não é passível de qualquer género de explicação na perspectiva comum da criação independente; ao passo que, segundo a perspectiva aqui defendida, é óbvio que as Ilhas Galápagos receberiam provavelmente colonizadores vindos da América, ou por meios ocasionais de transporte ou pela anterior continuidade terrestre; e as Ilhas de Cabo Verde receberiam colonizadores de África; e que seriam susceptíveis a modificação, sendo o seu local de origem denunciado pelo princípio de hereditariedade.
Poder-se-ia apresentar muitos factos análogos: na verdade, é uma regra quase universal que as produções endémicas insulares sejam aparentadas com as do continente mais próximo, ou com as de outras ilhas próximas.