A Origem das Espécies - Cap. 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES. Pág. 442 / 524

Consequentemente, os grupos que hoje são vastos e que geralmente incluem muitas espécies dominantes, tendem a crescer indefinidamente em número. Procurei também mostrar que, pelo esforço dos descendentes variantes de cada espécie em ocupar tantos e tão variados espaços quanto possível na economia da natureza, os seus caracteres tendem constantemente a divergir. Esta conclusão foi sustentada pela observação da grande diversidade das formas de vida que, em qualquer área pequena entram na competição mais cerrada e pela observação de certos factos na naturalização.

Procurei também mostrar que há uma tendência constante nas formas que aumentam numericamente e divergem em carácter para suplantar e exterminar as formas precedentes, menos divergentes e menos aperfeiçoadas. Peço ao leitor que passe ao diagrama que ilustra a acção, como foi explicado, destes diversos princípios; e verá que daqui resulta inevitavelmente que os descendentes modificados que procedem de um progenitor se dividem em grupos subordinados a grupos. No diagrama, cada letra na linha superior pode representar um género que inclui diversas espécies; e todos os géneros nesta linha formam conjuntamente uma classe, pois todos descendem de um antecessor antigo mas inobservado, e, consequentemente, herdaram algo em comum. Mas os três géneros à esquerda têm, segundo este mesmo princípio, muito em comum e formam uma subfamília, distinta da que inclui os dois géneros seguintes à direita, que divergiriam de um antecessor comum na quinta etapa de descendência. Estes cinco géneros têm também muito em comum, embora menos; e formam uma família distinta da que inclui os três géneros ainda mais à direita, que divergiram num período mais temporão ainda. E todos estes géneros, descendentes de A, formam uma ordem distinta dos géneros descendentes de I.





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