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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 481
Sendo a ascendência, na minha perspectiva, o elemento de ligação escondido que os naturalistas têm procurado sob a designação de «sistema natural». Nesta perspectiva, podemos compreender como, aos olhos da maioria dos naturalistas, a estrutura do embrião é mesmo mais importante para a classificação do que a do adulto. Pois o embrião é o animal no seu estado menos modificado; e, nessa medida, revela a estrutura do seu progenitor. Em dois grupos de animais, por muito que possam presentemente diferir entre si em estrutura e hábitos, se atravessam as mesmas ou similares etapas embrionárias, podemo-nos sentir seguros de que descenderam ambos de progenitores idênticos ou intimamente semelhantes, e têm portanto nessa medida uma relação de parentesco. Assim, a estrutura embrionária comum revela a ascendência comum. Revelará esta comunidade de ascendência, por muito que a estrutura do adulto se tenha modificado e obscurecido; vimos, por exemplo, que pelas suas larvas se pode reconhecer de imediato que os cirrípedes pertencem à grande classe dos crustáceos. Como o estado embrionário de cada espécie e grupo de espécies nos mostra parcialmente a estrutura dos seus progenitores antigos e menos modificados, podemos ver claramente por que razão as formas de vida antigas e extintas se assemelhariam aos embriões dos seus descendentes - as nossas espécies existentes. Agassiz crê que se trata de uma lei da natureza; mas tenho de confessar que espero apenas ver futuramente provada a verdade dessa lei. Pode-se provar a sua verdade só naqueles casos em que o antigo estado, hoje supostamente representado nos muitos embriões, não foi obliterado, ou pela sobreveniência, numa idade muito incipiente, de sucessivas variações num longo percurso de modificações, ou pela hereditariedade das variações num período anterior àquele em que apareceram pela primeira vez.

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pág. 481 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 481

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491