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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 480
No que se refere à causa final de as crias nestes casos não sofrerem qualquer metamorfose, ou se assemelharem intimamente aos seus pais desde muito cedo, podemos ver que isto resultaria das duas contingências seguintes; em primeiro lugar, de as crias, no decurso de modificações contínuas ao longo de muitas gerações, terem de prover as suas próprias necessidades desde uma fase de desenvolvimento muito temporã; e, em segundo lugar, por seguirem exactamente os mesmos hábitos de vida que os seus pais; pois, neste caso, seria indispensável para a existência das espécies que a cria se modificasse numa idade muito incipiente, da mesma maneira que os seus pais, de acordo com os seus hábitos similares. Todavia, talvez seja necessária uma explicação suplementar do embrião que não sofre qualquer metamorfose. Se, por outro lado, fosse vantajoso para a cria seguir hábitos de vida de algum modo diferentes dos do progenitor e, consequentemente, ter uma construção ligeiramente diferente, então, segundo o princípio da hereditariedade em idades correspondentes, a cria ou larva activas poderiam facilmente, por meio da selecção natural, tornar-se diferentes dos seus pais, tanto quanto se possa conceber. Tais diferenças poderiam, além disso, tornar-se correlacionadas com etapas sucessivas de desenvolvimento; pelo que as larvas, na primeira fase, poderiam diferir imenso das larvas na segunda fase, como vimos no caso dos cirrípedes. O adulto poderia adaptar-se a sítios ou hábitos em que os órgãos de locomoção ou dos sentidos, etc. seriam inúteis; e, neste caso, a metamorfose final seria considerada retrógrada.

Como todos os seres orgânicos, extintos e recentes, que alguma vez viveram na Terra têm de ser classificados conjuntamente, e como todos estiveram ligados pelas gradações mais subtis, a melhor, ou na verdade, se as nossas colecções fossem quase perfeitas, a única ordenação possível seria genealógica.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 480

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491