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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 487

Qualquer mudança de função, que se pode efectuar por etapas imperceptivelmente pequenas, está dentro do poder da selecção natural; pelo que um órgão tornado, durante hábitos de vida alterados, inútil ou prejudicial para uma finalidade, poderia facilmente modificar-se e ser usado para outra finalidade. Ou poder-se-ia manter um órgão apenas para uma das suas anteriores funções. Um órgão, quando tornado inútil, pode muito bem ser variável, pois as suas variações não podem ser restringidas pela selecção natural. Em qualquer período de vida em que o desuso ou a selecção reduz um órgão, e isto ocorrerá geralmente quando o ser atingiu a maturidade e os seus plenos poderes de acção, o princípio da hereditariedade em idades correspondentes reproduzirá o órgão no seu estado reduzido na mesma idade, e, por conseguinte, raramente o afectará ou reduzirá no embrião. Assim, podemos compreender o maior tamanho relativo dos órgãos rudimentares no embrião, e o seu menor tamanho relativo no adulto. Mas se cada etapa do processo de redução fosse herdada, não na idade correspondente, mas num período extremamente precoce da vida (como temos boas razões para crer que é possível), a parte rudimentar tenderia a perder-se completamente e teríamos um caso de aborto completo. É também provável que entre frequentemente em jogo o princípio de economia, que foi explicado num capítulo anterior, segundo o qual os materiais que formam uma parte ou estrutura serão poupados tanto quanto possível no caso de não serem úteis ao seu possuidor; e isto tenderá a causar a completa obliteração de um órgão rudimentar.

Como a presença de órgãos rudimentares se deve assim à tendência hereditária em cada parte da organização, que existe há muito - podemos compreender, com base na perspectiva geológica da classificação, como dois sistematizadores encontraram partes rudimentares tão úteis ou por vezes até mais do que partes de elevada importância fisiológica.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 487

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491