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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 503
Portanto, durante um longo percurso de modificação, as ligeiras diferenças, características de variedades da mesma espécie, tendem a aumentar, tornando-se as diferenças maiores, características de espécies do mesmo género. Novas e aperfeiçoadas variedades irão inevitavelmente suplantar e exterminar as variedades mais antigas, menos aperfeiçoadas e intermédias; e assim as espécies se tornam em grande medida objectos definidos e distintos. As espécies dominantes pertencentes aos grupos maiores tendem a dar à luz novas formas dominantes; pelo que cada grupo vasto tende a tornar-se ainda maior e ao mesmo tempo mais divergente em carácter. Mas como nem todos os grupos podem conseguir aumentar numericamente desta maneira, porquanto o mundo não os poderia sustentar, os grupos mais dominantes vencem os menos dominantes. Esta tendência nos grupos vastos para continuar a aumentar numericamente e a divergir em carácter, juntamente com a quase inevitável contingência de muita extinção, explica a ordenação de todas as formas de vida em grupos subordinados a grupos, todos dentro de algumas classes vastas, que hoje observamos em todo o lado à nossa volta e que prevaleceu ao longo do tempo. Este importante facto do agrupamento de todos os seres orgânicos parece-me completamente inexplicável com base na teoria da criação.

Como a selecção natural age unicamente pela acumulação de variações ligeiras, sucessivas e favoráveis, não pode produzir qualquer modificação grande ou súbita; só pode agir por etapas muito breves e lentas. Portanto, o cânone «Natura non facit saltum», que cada novo acréscimo ao nosso conhecimento parece tornar mais estritamente correcto, é simplesmente inteligível com base nesta teoria. Podemos ver nitidamente a razão por que a natureza é pródiga em variedade, embora avara em inovação.

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pág. 503 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 503

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491