Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 60
ter sido antecipado; pois, como as variedades, de maneira a adquirirem algum grau de permanência, têm necessariamente de lutar com os outros habitantes da região, as espécies que já são dominantes terão a maior probabilidade de gerar descendentes que, embora ligeiramente modificados, vão ainda herdar as vantagens que permitiram aos seus pais ganhar o domínio sobre os seus compatriotas.

Dividindo em dois conjuntos iguais as plantas que habitam uma região e são descritas em qualquer Flora, colocando de um lado todas as plantas pertencentes aos géneros maiores e do outro todas as plantas pertencentes aos géneros menores, constata-se que um número ligeiramente maior de espécies muito comuns, muito disseminadas ou dominantes se encontra no lado dos géneros maiores. Isto, mais uma vez, poderia ter sido antecipado; pois o mero facto de muitas espécies do mesmo género habitarem qualquer região mostra que há algo nas condições orgânicas ou inorgânicas dessa região que é favorável a esse género; consequentemente, poderíamos esperar encontrar nos géneros maiores, ou nos que contêm muitas espécies, um grande número proporcional de espécies dominantes. Mas são tantas as causas que tendem a obscurecer este resultado que fico surpreendido pelo facto de as minhas tabelas mostrarem mesmo uma pequena maioria no lado dos géneros maiores. Vou aqui aludir a duas causas de obscuridade apenas. As plantas de água doce e as que gostam de sal têm geralmente uma distribuição geográfica ampla e estão bastante disseminadas, mas isto parece estar ligado à natureza dos locais onde habitam e pouca ou nenhuma relação tem com a grandeza dos géneros a que as espécies pertencem. Mais uma vez, as plantas inferiores segundo a escala de organização são em geral muito mais amplamente disseminadas do que as plantas superiores segundo essa escala; e aqui, mais uma vez, não há qualquer relação próxima com a grandeza dos géneros.

<< Página Anterior

pág. 60 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 60

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491