Por detrás de todos os mitos da criação jaz a grandiosa ideia de que o cosmo sempre foi, de que não podia ter nenhum começo porque sempre tinha existido e sempre há-se existir. Não podia ter sido iniciado por um deus porque ele próprio era todo deus e divino, a origem de tudo.
O homem começou por dividir o cosmo vivo em três partes; e depois, numa qualquer altura de grandes mudanças, não podemos saber quando, achou preferível dividi-lo em quatro quadrantes, e os quatro quadrantes pressupunham uma totalidade, uma concepção de totalidade, e ainda um produtor, um Criador. Foi assim que as quatro grandes criaturas elementares se tornaram subordinadas, rodearam a central e suprema unidade, e as suas asas cobriram todo o espaço. Ainda mais tarde, passaram de vastos e vivos elementos a animais, Criaturas ou Querubins trata-se de um processo de degradação - e receberam as quatro naturezas elementares ou cósmicas do homem, do leão, do touro e da águia. Em Ezequiel, cada uma destas criaturas é ao mesmo tempo as quatro e com um rosto diferente voltado para cada uma das direções.