ONZEComo sabemos, a Criação é um quadrado perfeito e quatro é o número da criação ou do universo criado. Dos quatro cantos do mundo quatro ventos podem soprar, três maus e um bom. Estarem todos os ventos à solta significa caos no ar e destruição na terra.
Por isso é dito aos quatro anjos dos ventos que os retenham e não deixem ferir nem a terra, nem o mar, nem as árvores; quer dizer, o mundo real.
Há, porém, um vento místico do Oriente que eleva o sol e a lua como navios de velas enfunadas e os transporta pelo céu como naves suavemente impelidas. - Era uma das crenças do século II a. C. - Deste Oriente sobe o anjo que em pleno soprar dos ventos da destruição clama por uma pausa enquanto ele estiver a marcar na testa os servos de Deus. Depois, as doze tribos de judeus são fastidiosamente enumeradas e assinaladas: uma fastidiosa cerimónia judaica.
Mas a visão transforma-se, vemos uma grande multidão de pé vestida de branco e com folhas de palmeira nas mãos que clama, com voz forte, à frente do trono e do Cordeiro: «Salvação ao nosso Deus, que está sentado sobre o trono, e ao Cordeiro.» Nessa altura os anjos, os anciãos e os quatro animais alados põem-se de rosto contra o chão e adoram Deus dizendo: «Bênção, e claridade, e sabedoria, e acção de graças, e honra, e virtude, e fortaleza ao nosso Deus, por séculos de séculos. Ámen.»