Capítulo 23: Capítulo 23
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Contudo, a alma sensível apreende um todo como um rio ou uma torrente. Por exemplo, com o símbolo do dragão - vejamo-lo numa chávena de chá chinesa ou numa velha xilogravura, encontremo-lo referido num conto de fadas - o que acontece? Se estivermos vivos no nosso velho ser sensível, quanto mais olharmos para o dragão e pensarmos nele, mais e mais vem ao de cima o nosso conhecimento sensível, fá-lo sem cessar e atinge as obscuras e cada vez mais longínquas regiões da alma. No entanto, se em nós estiverem mortas as velhas formas do conhecimento sensível, como em tantos homens de hoje, nesse caso o dragão «representará» apenas isto, aquilo ou aqueloutro - todas as coisas que ele representa no Ramo de Ouro de Frazer: só será uma espécie de vinheta ou rótulo, como o pilão e o almofariz dourados no exterior de uma farmácia. Ou, melhor ainda, considere-se o símbolo egípcio chamado ankh, o símbolo da vida, etc., que as deusas têm nas mãos. Qualquer criança «sabe o que ele significa». Porém, o homem realmente vivo sente que a sua alma começa a palpitar e a expandir-se só de ver o símbolo. No entanto, os homens actuais estão quase todos meio mortos, e as mulheres também. Assim, contentam-se em olhar para o ankh, em saber tudo sobre ele, e pronto. Têm orgulho na impotência da sua sensibilidade.
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Páginas: 180
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