O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 125 / 286

Quando me ler, Mr. McArdle, compreenderá seguramente, e talvez pela primeira vez, que o nosso jornal não me enviou tão longe para uma vulgar caça ao pato selvagem, e que um relato pouco banal maravilhará o mundo quando o Professor Challenger me autorizar a publicá-lo. Não me atreverei a fazê-lo antes de poder trazer para Inglaterra provas em seu apoio, senão seria saudado como o Münchhausen do jornalismo de todos os tempos! Estou persuadido de que reagirá como eu e que não desejará jogar todo o crédito da Gazette sobre uma tal aventura, enquanto formos incapazes de enfrentar o coro dos críticos e dos cépticos que os meus artigos naturalmente suscitariam. E por isso que este incidente maravilhoso, que constituiria só por si o objecto de um título sensacional neste querido e velho jornal, deverá permanecer na sua gaveta até nova ordem,

Aconteceu no tempo de um relâmpago, e não teve outra consequência do que impor irremediavelmente a nossa convicção.

Eis o que sucedeu. Lorde John tinha morto um agutí - o animal que se parece com um porco pequeno - e depois de ter dado metade aos índios, estávamos a cozer a outra metade na nossa fogueira. À noite o frio chega depressa; achávamo-nos, portanto, reunidos em torno das chamas. Não havia luar, mas estrelas que permitiam ver a curta distância no planalto, Ora bem, bruscamente, do meio da noite saiu algo que assobiava como um avião. Todo o nosso grupo ficou coberto por um dossel de penas de asas.





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