O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 130 / 286

- Pelo menos poderemos alcançar o cume deste acrotério replicou Challenger. - E quando isso acontecer, espero poder demonstrar-lhes que os recursos do meu espírito fértil não estão esgotados.

Depois de termos recuperado forças, desembalámos o embrulho que continha o material de alpinista do nosso chefe. Ele pegou num rolo de corda sólida e leve (media uns cinquenta metros), grampos, agrafos e diversos outros instrumentos. Lorde John era um montanhista experiente, Summerlee fizera outrora algumas ascensões; era eu o noviço do grupo. Mas contava com a minha força e a minha agilidade para compensar a falta de experiência.

Na realidade não foi uma tarefa muito penosa; contudo, uma ou duas vezes os cabelos eriçaram-se-me na cabeça. A primeira metade da escalada foi muito simples, mas o acrotério tornava-se cada vez mais vertical e, para os últimos vinte metros, os nossos dedos das mãos e dos pés tiveram de socorrer-se de todas as asperezas e de todas as fendas existentes na pedra. Nem Summerlee nem eu teríamos conseguido esta proeza se Challenger, chegado em primeiro lugar ao cume, não tivesse fixado solidamente uma corda em redor da enorme árvore que lá estava plantada. Serviu-nos para terminarmos a ascensão e, em breve, encontrámo-nos os quatro na pequena plataforma recoberta de erva (tinha bem sete ou oito metros de lado) que constituía o cume.

A minha primeira impressão, assim que recuperei o fôlego, foi um pasmo: dispúnhamos, com efeito, de uma vista extraordinária sobre a totalidade da região que havíamos atravessado.





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