Provisoriamente o rosto sardónico de Summerlee adoçou-se de admiração e respeito.
- Nunc dimittis! - exclamou. - Em Inglaterra que dirão disto? - Meu caro Summerlee, aqui tem muito exatamente o que dirão em Inglaterra! - disse Challenger. - Dirão que o senhor é um mentiroso infernal, um sábio charlatão e tratá-lo-ão da mesma maneira que eu fui tratado por si e por outros.
- Mas haverá fotografias!
- Truncadas, Summerlee! Grosseiramente truncadas!
- E se nós levarmos animais-tipo?
- Ah, isso aí já seria outra coisa! Malone e a sua maldita equipa de jornalistas entoar-nos-ão, nesse caso, cânticos de louvor... Em vinte e oito de Agosto, dia em que vimos cinco iguanodontes vivos numa clareira da Terra de Maple White... Inscreva isso nos seus cartões, meu jovem amigo, e faça chegar a notícia à sua folha de couve!
- E fique pronto para receber como resposta a extremidade do pé do seu redactor-chefe no fundo das costas! - acrescentou Lorde John.- Porque na latitude londrina as coisas não são vistas com o mesmo olho, bebé! Há uma quantidade de homens que nunca contam as suas aventuras porque quem iria acreditá-los? Quanto a nós, daqui a um ou dois meses, isto vai parecer-nos um sonho... Como é que chamou a estas encantadoras criaturas?
- Iguanodontes - respondeu Summerlee. - Encontrará as suas marcas nas areias de Hastings, do Kent e no Sussex. O Sul da Inglaterra servia-lhes quando havia erva e árvores cheias de seiva. Uma vez que tais condições desapareceram, os animais morreram. Aqui, parece que as condições não se alteraram e que os animais sobreviveram.