O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 153 / 286

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Avançávamos muito lentamente nos bosques: em parte porque Lorde John agia como batedor e nos fazia progredir só com passos certos e também porque, a cada metro, um ou outro dos nossos dois professores parava com um grito de espanto em frente de uma flor ou de um insecto nunca visto antes. Havíamos, sem dúvida, ultrapassado uma distância de três ou quatro quilómetros seguindo o ribeiro ao longo da sua margem direita, quando avistámos 'urna grande abertura por detrás das árvores. Uma cintura de moitas conduzia a um emaranhado de rochas (todo o planalto estava semeado de grandes pedregulhos redondos). Encaminhávamo-nos prudentemente para estas rochas, no meio de matagal que nos chegava a cintura, quando ouvimos um som estranho; algo como uma tagarelice e um assobio misturados, que encheu o ar com um formidável barulho crescente, e que parecia nascer diante de nós.

Lorde John levantou a mão para nos transmitir a ordem de parar, e aproximou-se correndo meio encurvado, para a beira das rochas. Vimo-lo debruçar-se e recuar cheio de espanto. Depois ficou ali a olhar de tal modo surpreso que até nos esquecera. Finalmente, fez sinal 'para nos aproximarmos, agitando a mão a recomendar silêncio. A sua atitude fez-me compreender que uma nova maravilha, mas esta perigosa, nos esperava.

Rastejando até junto dele, mergulhámos os olhares por cima da rocha. Uma pedreira que podia ter sido, outrora, uma das pequenas crateras vulcânicas do planalto, tinha a forma de uma cuveta tendo no fundo, a algumas centenas de metros do local onde nos encontrávamos, charcos de água estagnada verde, guarnecidos de caniços.





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