Observaram nas rochas uma quantidade de peixes e de pássaros mortos, o que mostrava bem qual a alimentação dos pterodáctilos. Ouvi-os cumprimentarem-se mutuamente porque tinham esclarecido a questão de saber porque havíamos encontrado em grande número ossadas de pterodáctilos em zonas bem delimitadas (nomeadamente na areia verde de Cambridge): tal como os pinguins, estes dragões viviam em colónias.
Contudo, Challenger, dobrado em dois para conversar com Summerlee, levantou vivamente a cabeça a fim de provar um facto contestado pelo seu interlocutor: este gesto quase provocou a nossa perda. No mesmo instante o macho mais próximo soltou um grito agudo e abriu as asas de couro que tinham bem uma envergadura de alto metros para se elevar nos ares. As fêmeas e as crias reuniram-se à borda de água. Um círculo completo de sentinelas voou para o céu. Espectáculo magnífico, sem dúvida! Duas centenas destes animais enormes, hediondos, deslizavam como andorinhas com batimentos de asas vivos por cima das nossas cabeças. Mas depressa compreendemos que tal espectáculo nada tinha que pudesse autorizar a ficar muito tempo de boca aberta pela admiração. Primeiro, aqueles brutos desenharam um círculo largo, como que para medir aproximadamente a natureza e a extensão do perigo que os ameaçava. Depois, o seu voo reduziu-se e o círculo apertou-se: nós representávamos, evidentemente, o centro. O barulho das asas recordou-me os festivais de aviação em Hendon.