O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 156 / 286

- Corramos para o bosque e fiquemos juntos! - ordenou Lorde John armando a espingarda. - Estes animais horríveis querem atacar-nos!

No momento em que encetámos a retirada, o círculo fechou-se sobre nós; as extremidades das asas mais próximas já nos roçavam pelo rosto. Com os canos das espingardas assentámos-lhes algumas pancadas, mas onde dar com um sítio vulnerável? De súbito, da roda negra e uivante, surgiu um pescoço alongado; um bico feroz foi-nos apontado. Outros bicos gulosos aproximaram-se. Summerlee soltou um grito e levou uma mão à cara ensanguentada. Senti na nuca uma picada de agulhão; com o choque quase caí. Challenger escorregou e, quando me baixei para levantá-lo, recebi uma nova picada; desta vez abati-me em cima do Professor. No mesmo instante ouvi o estalido de uma arma: Lorde John tinha disparado com a sua arma para elefantes. Levantei os olhos: um dos assaltantes jazia por terra, com uma asa quebrada; debatia-se, cuspia, arrotava com o grande bico aberto: os olhos estavam vermelhos, à flor da cabeça, como os de um diabo num quadro da Idade Média. Devido ao barulho os companheiros haviam ganho altura, mas continuavam a desenhar os seus círculos por cima de nós.

- Agora - gritou Lorde John - é a nossa vida que está em jogo!

Tropeçamos no matagal; no momento em que alcançá.mos o bosque, as harpias atiraram-se de novo a nós. Summerlee foi projectado por terra mas levantámo-lo e empurrámo-lo para o meio das árvores. Uma vez aí ficámos em segurança, porque as enormes asas não podiam abrir-se no meio dos ramos.





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