O Mundo Perdido - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 167 / 286

Fez soar um riso sonoro, muito contente com a sua última frase. - Um pouco menos de barulho, se fazem favor! - interveio Lorde John. -- Ignoramos o que se passa aqui nas cercanias. Se o nosso assassino voltar à procura do seu pequeno-almoço e se excitarmos seu apetite, não teremos motivos para rir! A propósito, o que vem a ser esta marca na pele do iguanodonte?

Na pele escamosa, cor de ardósia, do lado da espádua, na parte de cima, Lorde John designou uma circunferência negra que poderia julgar-se desenhada com alcatrão mineral. Ninguém pôde fornecer uma explicação. Apenas Summerlee declarou que acreditava ter visto algo de semelhante num dos "pequenos» que havíamos descoberto na antevéspera. Challenger calou-se, mas mantinha o olhar sobranceiro e provocante, como sabia mostrar quando queria. Lorde John pediu-lhe abruptamente que formulasse um juízo.

- Se Vossa Senhoria tem a bondade de permitir-me abrir a boca, ficarei feliz por exprimir a minha opinião - pronunciou Challenger com um tom voluntariamente sarcástico. - Não estou habituado a trabalhar da maneira que Vossa Senhoria costuma. Não sabia que era necessário pedir-lhe licença para sorrir de um gracejo inofensivo.

Foi preciso esperar que o nosso amigo lhe apresentasse desculpas para ele se sentir apaziguado. Então, sentado num tronco de árvore deitada, consentiu em dar-nos um curso, com tanta vaidade como se se dirigisse a um anfiteatro cheio com um milhar de alunos.

- No que respeita à marca - disse - inclino-me a partilhar a opinião do meu amigo e colega Professor Summerlee: foi feita com o auxílio de carvão mineral.





Os capítulos deste livro