O Mundo Perdido - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 177 / 286

O Sol ia desaparecer atrás do horizonte. A noite era particularmente clara e luminosa. Do meu observatório, dominava toda a extensão do planalto. Apareceu-me oval: a sua largura podia ser de, aproximadamente, trinta quilómetros e o comprimento de quarenta e cinco. Apresentava o aspecto geral de um funil pouco profundo cujos lados convergiam para um lago central muito extenso. O perímetro deste lago representava bem quinze quilómetros; as suas águas verdes eram orladas por uma cintura de caniços; emergiam alguns bancos de areia, como para servirem de soco a objectos negros estendidos, demasiadamente grossos para serem jacarés e demasiadamente compridos para serem botes. Com a ajuda do binóculo pude verificar que esses objectos eram animais vivos, mas fui incapaz de identificá-los.

Do lado do planalto em que nos encontrávamos, estendiam-se encostas arborizadas com algumas clareiras ao longo de uma dezena de quilómetros até ao lago central. Quase a meus pés via a clareira dos iguanodontes; mais longe, uma abertura redonda nas árvores indicava o pântano dos pterodáctilos. No lado que estava à minha frente, o planalto apresentava um aspecto muito diferente; aí os escarpamentos basálticos do exterior prolongavam-se para o interior formando uma crista que dominava com sessenta metros uma encosta suave arborizada. A todo o comprimento destes escarpamentos vermelhos, na direcção da base e a alguma distância do solo, distinguia com o binóculo buracos sombrios, sem dúvida orifícios de cavernas.





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