Portanto, bebé, faça das tripas coração porque antes desta noite teremos vencido ou morrido!
Procurei imitar aqui o modo de falar de Lorde Roxton: as suas frases breves e cáusticas, o tom meio irónico, meio despreocupado, que adoptou para me fazer a sua narrativa. Mas era um chefe nato. Quanto mais o perigo se precisava, mais a sua desenvoltura adquiria livre curso: falava com um entusiasmo endiabrado, os olhos trios brilhavam-lhe com uma vida ardente, o bigode à D. Quixote fremia de excitação. O seu amor pelo risco, o seu sentido dramático pela existência, a sua convicção que um perigo era um desporto como outro qualquer (um desafio entre alguém e o Destino, com a Morte por parada), fazia dele um companheiro incomparável para tais momentos. Se não temêssemos o pior para os nossos professores, teria participado com verdadeira alegria no caso para que me arrastava. Levantávamo-nos quando senti a sua mão no meu braço.
- Caramba! - disse ele. - Ei-los!
De onde estávamos podíamos distinguir uma espécie de nave cinzenta, com arcos de verdura, constituída por troncos e ramos. Nesta nave os homens-macacos desfilavam uns atrás dos outros, voltando a cabeça da esquerda para a direita e da direita para. a esquerda, sempre a trote. As mãos quase tocavam o solo. A maneira de caminhar acocorada fazia-os parecer mais pequenos, mas tinham à vontade um metro e sessenta, com braços compridos e torsos enormes. A maioria transportava mocas. À distância pareciam-se com seres humanos muito deformados e muito peludos.