O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 213 / 286

Quando alcançámos a borda do escarpamento, debrucei-me e vi o nosso bom Zambo a fumar descansadamente num rochedo por baixo de nós. Teria dado muito para alertá-lo e informá-lo da nossa situação, mas as vozes teriam podido dar o alarme. Os bosques pareciam regurgitar de homens-macacos; ouvíamos constantemente a sua estranha linguagem que soava como estalidos. Logo mergulhávamos no matagal mais próximo e permanecíamos imóveis até ter desaparecido todo o barulho. O mesmo é dizer que avançávamos muito lentamente e foi só ao cabo de duas horas que compreendi perante certos movimentos prudentes de Lorde John, que não estávamos longe da cidade dos homens-macacos. Fez sinal para me deitar, não mexer, e ele próprio rastejou para a frente. Um minuto mais tarde estava de volta; o rosto mostrava-se alterado.

- Venha! - disse. - Venha depressa! Rogo a Deus que não cheguemos demasiado tarde!

Pus-me a tremer de excitação nervosa enquanto me aproximava de gatas de uma clareira que se abria atrás das moitas.

. Vi então um espectáculo que jamais olvidarei antes do dia da minha morte: tão singular, tão incrível que me pergunto como hei-de apresentá-lo. Dentro de alguns anos poderei ainda acreditar no que vi. (dentro de alguns anos... desde que ainda esteja vivo e possa reencontrar o conforto do Clube dos Selvagens!).

Estou certo de que tudo isto me parecerá um pesadelo pavoroso, uma espécie de delírio provocado pelas febres ...





Os capítulos deste livro