O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 228 / 286

Meio desmaiado, ouvi, no entanto, um tiro de espingarda; mal tive então consciência de que tornara a cair pesadamente no solo; aí fiquei imóvel, sem conhecimento.

Recuperei os sentidos em cima da erva no meio dos matagais que nos serviam de refúgio; estava deitado de costas; alguém tinha Ido buscar água ao ribeiro e Lorde John aspergia-me a cabeça, ao passo que Challenger e Summerlee me amparavam; as suas caras estavam devoradas pela ansiedade. Durante um momento predispuseram-se a ser apenas homens, a deixar cair as máscaras de sábios. Fora o choque que me atordoara mais do que um verdadeiro ferimento porque, ao cabo de meia hora, a despeito de uma dor de cabeça e de um torcicolo, estava novamente sentado e pronto para fazer fosse o que fosse.

- Mas desta vez, bebé, a coisa esteve por um fio! - disse Lorde John. - Quando o ouvi gritar, corri, vi a sua cabeça meio torcida e os sapatos a agitarem-se no ar. Julguei então que estivesse mesmo morto! Falhei o seu macaco na minha precipitação, mas ele deixou-o cair e safou-se como uma zebra. Ah, se eu tivesse cinquenta homens com espingardas! Desembaraçaria a clareira deste bando infernal e deixaria a região um pouco mais em paz do que a encontrámos!

Fosse como fosse, estava certo de que os homens-macacos nos tinham descoberto e de que eles nos espiavam de todos os lados. Não tínhamos grande coisa a recear durante o dia, mas à noite atacar-nos-iam seguramente. Portanto, quanto mais depressa nos afastássemos melhor nos sentiríamos em segurança. Em três lados a nossa volta a floresta multiplicava as suas emboscadas.





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