O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 229 / 286

Mas o quarto lado, que descia numa encosta suave para o lago central, era apenas ornada por matagais; só havia poucas árvores e separadas, em todo o caso, por várias clareiras. Era, de facto, o caminho que eu tomara no decurso da minha exploração solitária: conduziu-nos directamente às cavernas dos índios; apenas tínhamos, pois, que segui-lo.

Para grande mágoa nossa voltámos as costas ao Forte Challenger: sentíamo-nos ralados não só por causa das provisões que ele continha mas porque perdíamos assim a ligação com Zambo. Estávamos, contudo, munidos de cartuchos, tínhamos as espingardas e durante um certo tempo poderíamos viver à base de conservas. Aliás, contávamos voltar em breve a restabelecer o nosso contacto com Zambo. Ele havia-nos prometido lealmente permanecer ao pé do pico rochoso, e sabíamos que respeitaria a palavra.

Foi ao começo da tarde que nos pusemos a caminho: O Jovem chefe tomara a cabeça para nos servir de guia, mas tinha-se recusado com indignação a transportar o mínimo fardo. Atrás dele seguiam os dois outros índios carregados com as nossas riquezas. Nós os quatro, os brancos, caminhávamos em fila, a espingarda carregada na mão, e prontos a intervir. Quando partimos, elevou-se dos bosques, até então silenciosos, um grande uivo nas nossas costas: os homens-macacos manifestavam assim o seu triunfo, ou o seu desprezo, perante a nossa fuga. Olhando para as árvores, avistamos apenas ramos e folhagens, mas sem dúvida possível, por detrás deste pano de fundo dissimulava-se um completo exército hostil.





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