O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 35 / 286

Voltou a poisar o álbum na secretária.

- Terminado! Desejo-lhe um dia feliz.

- Não, não! - exclamei. - Submeto-me a todas as suas condições. Aliás, não tenho outra alternativa!

- Não, é pegar ou largar!

- Ora bem, então prometo...

- Palavra de honra?

- Palavra de honra!

Encarou-me: brilhava-lhe um cepticismo nos olhos insolentes. - Afinal que sei eu da sua honra?

- Decididamente, senhor - protestei com uma veemência furiosa -, toma comigo grandes liberdades! Nunca fui ofendido assim em toda a minha vida!

Esta saída pareceu mais interessá-lo do que incomodá-lo.

- Cabeça redonda - murmurou. - Braquicéfalo. Olhos cinzentos. Cabelos pretos. Uma tendência para o negróide. Celta, presumo?

- Sou irlandês, senhor.

- Irlandês irlandês?

- Sim, senhor.

- Eis a explicação. Vejamos: prometeu-me que seguraria a língua? As confidências que vou fazer-lhe serão forçosamente restritas. Mas sinto-me disposto a dar-lhe algumas indicações interessantes. Primeiramente, sabe, sem dúvida, que há dois anos fiz uma viagem à América do Sul: viagem que ficará clássica na história científica do mundo. O seu objectivo era verificar algumas conclusões de Wallace e de Bates, o que só podia ser feito observando os factos que eles haviam anotado, nas mesmas condições que tinham encontrado. Pensei que se a minha expedição não alcançasse este resultado, mesmo assim valia a pena ser tentada, mas um incidente curioso produziu-se enquanto me encontrava lá e orientou-me para uma investigação completamente nova.





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