«Não ignora - ou provavelmente, na sua idade de semicultura, ignora - que a região que cerca algumas partes do Amazonas ainda só se acha muito parcialmente explorada: um grande número de afluentes, alguns dos quais nunca figuraram no mapa, lançam-se no rio. A minha intenção era visitar as regiões pouco conhecidas e examinar a sua fauna a fim de reunir os materiais para vários capítulos com vista a um trabalho monumental sobre a zoologia que será a justificação da minha vida. Ia regressar, depois de ter efectuado as minhas pesquisas, quando tive ocasião de passar uma noite numa pequena aldeia índia, no local onde um certo afluente - de que oculto o nome e a posição geográfica - se lança no rio. Os indígenas eram índios Cucuma; é uma raça amável mas degenerada, cuja eficácia mental não ultrapassa a do londrino médio. Eu tinha tratado alguns doentes da tribo quando subira o rio, e a minha personalidade havia-os impressionado consideravelmente; não fiquei, portanto, de maneira nenhuma surpreendido quando os tornei a ver aguardando impacientemente o meu regresso. Pelos sinais adivinhei que um deles necessitava com urgência dos meus cuidados médicos; segui o chefe até uma cabana; quando entrei descobri que o doente junto do qual fora chamado acabava de expirar. E descobri, com uma estupefacção imensa, que aquele homem não era um índio mas um branco ... Na verdade, deveria dizer um homem muito branco, porque tinha cabelos louros desbotados e exibia algumas das características do albino.
