O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 37 / 286

Estava vestido com farrapos, a cara muito macilenta, certamente enfrentara duras provações! Tanto quanto compreendi da narrativa dos indígenas, eles não o conheciam de parte nenhuma; tinha chegado sozinho à aldeia, através dos grandes bosques, num estado de fadiga extrema.

«O seu saco encontrava-se ao lado da enxerga; inspeccionei o conteúdo. O nome achava-se escrito numa etiqueta no interior:

Maple White, Lake Avenue, Detroit, Michigan. É um nome diante do qual tirarei sempre o chapéu. Não é excessivo dizer que se situará no mesmo plano que o meu quando os méritos de todo o caso forem equitativamente repartidos.

«Pelo que o saco continha, era claro que aquele homem fora um artista e um poeta em busca de inspiração. Havia versos; não pretendo ser um bom juiz em poesia, mas pareceram-me singularmente desprovidos de valor. Havia também alguns quadros medíocres que representavam o rio, uma caixa de pintura, uma caixa de giz de várias cores, alguns pincéis, este osso recurvo que vê no meu mata-borrão, um volume de Baxter, Falenas e Borboletas, um revólver de modelo corrente e algumas balas. Quanto ao equipamento pessoal, não possuía nenhum; talvez o tivesse perdido no decurso das suas peregrinações. O inventário dos tesouros deste estranho boémio da América foi, pois, feito depressa.

«Ia afastar-me quando reparei num objecto que saía para fora do casaco rasgado: era um álbum de esboços, que encontrei já no triste estado em que hoje o vê.





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