O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 41 / 286

Teria sido demasiado absurdo se eu me encolerizasse; seria um terrível desperdício de energia, porque com aquele homem era preciso estar sempre encolerizado. Limitei-me a esboçar um sorriso cansado:

- Fiquei marcado pelo facto de ele ser baixinho - disse-lhe.

- Olhe aqui - exclamou, inclinando-se e assentando no desenho um dedo que parecia uma grande salsicha peluda. - Está a ver esta proliferação arborescente atrás do animal? Suponho que imagina tratar-se de taráxaco ou de couves-de-bruxelas, não é verdade? Sim, mas é uma palmeira de marfim vegetal, cavalheiro, que tem perto de vinte metros de altura! Não compreende porque foi um homem aí colocado? Foi acrescentado porque não teria podido razoavelmente manter-se em frente desta massa bruta e desenhá-la com tranquilidade. O artista representou-se a si próprio para fornecer uma escala das proporções. Digamos que media um metro e oitenta. A árvore é dez vezes mais alta do que ele: faça o cálculo.

- Senhor! - exclamei. - Pensa então que o animal seria... Mas seria necessário um jardim zoológico especial para um tal fenómeno! - Descontado todo o exagero - concordou o professor - é seguramente um espécime muito desenvolvido!

- Mas - protestei - não é fazendo fé num só desenho que toda a experiência da raça humana vai vacilar...

Tinha folheado as últimas páginas do álbum para verificar que este desenho era único.





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