- Estou-me recordando - dizia o príncipe pausando as suas reminiscências - Cerveira lobo.., tenente-coronel de dragões... O Cerveira, o meu amigo Cerveira...
- Que foi prisioneiro na chamusca, quando o urbano se passou para os liberais, com a cavalaria e mais o coronel de dragões, o Albuquerque - lembrou o nunes, o visconde munes - , vossa majestade lembra-se?
- Perfeitamente. Dom prior, queira escrever ao barão a dizer-lhe que espero ansiosamente a carta do meu amigo Cerveira.
Enquanto o abade ia ao seu quarto escrever, o hóspede disse ao ouvido do outro:
- Isto cone mal..
- Porquê?
- Se o homem cá vem, o meu grande amigo.
- Recebe-lo como o teu grande amigo...
- Se me fala em particularidades...
- Ele não sabe falar em particularidades. É uma besta, muito rico, e disse-me o morgado do tanque, de braga, seu primo, que está sempre bêbedo. Nem ele cá vem, tu verás... Eu até acho que as coisas correm perfeitamente. - ouviam-se os passos do abade. - tem dinheiro, ele tem muito dinheiro, ouviste?
Entrou o abade.
- Só duas palavras. - e leu: - sua majestade recebe com muito prazer a carta do Sr. Tenente-coronel Cerveira lobo.
- Muito bem - aprovou el-rei. - hoje à noite, com todos os resguardos que urgem as cautelas.