A Brazileira de Prazins - Cap. 7: CAPÍTULO VI Pág. 57 / 202

M. Licença para lho apresentar como portador de uma carta do Sr. Vasco Cerveira lobo, morgado de quadros, e tenente-coronel que foi do regimento de dragões de chaves. Diz ele que o Sr. D. Miguel fora amigo pessoal do dito tenente-coronel, e por isso entende, e eu também, que será muito do real agrado do nosso rei e senhor receber a carta deste legitimista que nos pode ser muito útil, já pelo seu nome, como também pela sua riqueza. Ouvidas as ordens de S. M. F., queira transmitir-mas...

- Estou-me recordando - dizia o príncipe pausando as suas reminiscências - Cerveira lobo.., tenente-coronel de dragões... O Cerveira, o meu amigo Cerveira...

- Que foi prisioneiro na chamusca, quando o urbano se passou para os liberais, com a cavalaria e mais o coronel de dragões, o Albuquerque - lembrou o nunes, o visconde munes - , vossa majestade lembra-se?

- Perfeitamente. Dom prior, queira escrever ao barão a dizer-lhe que espero ansiosamente a carta do meu amigo Cerveira.

Enquanto o abade ia ao seu quarto escrever, o hóspede disse ao ouvido do outro:

- Isto cone mal..

- Porquê?

- Se o homem cá vem, o meu grande amigo.

- Recebe-lo como o teu grande amigo...

- Se me fala em particularidades...

- Ele não sabe falar em particularidades. É uma besta, muito rico, e disse-me o morgado do tanque, de braga, seu primo, que está sempre bêbedo. Nem ele cá vem, tu verás... Eu até acho que as coisas correm perfeitamente. - ouviam-se os passos do abade. - tem dinheiro, ele tem muito dinheiro, ouviste?

Entrou o abade.

- Só duas palavras. - e leu: - sua majestade recebe com muito prazer a carta do Sr. Tenente-coronel Cerveira lobo.

- Muito bem - aprovou el-rei. - hoje à noite, com todos os resguardos que urgem as cautelas.





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