A Origem das Espécies - Cap. 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação) Pág. 418 / 524

780 milhas de latitude, comparando as suas plantas floríferas, em número de apenas 750, com as de uma área igual no Cabo da Boa Esperança ou na Austrália, penso que temos de admitir que uma tão grande diferença numérica foi causada por algo completamente independente de qualquer diferença de condições físicas. Mesmo o uniforme distrito de Cambridge tem 847 plantas, e a pequena ilha de Anglesea tem 764, mas nestes números inclui-se alguns fetos e algumas plantas introduzidas, e a comparação não é completamente justa noutros aspectos. Temos indícios de que a ilha árida de Ascensão tinha aboriginalmente menos de meia dúzia de plantas floríferas; no entanto, muitas aí se naturalizaram, como aconteceu na Nova Zelândia e em todas as outras ilhas oceânicas que se pode nomear. Em Santa Helena há razão para crer que as plantas e animais naturalizados exterminaram completamente ou quase muitas produções nativas. Quem consente na doutrina da criação de cada espécie distinta terá de reconhecer que um número suficiente das plantas e animais mais bem adaptados não foram criados em ilhas oceânicas; pois o homem abasteceu-as de modo não intencional a partir de várias fontes muito mais plena e perfeitamente do que fez a natureza.

Embora nas ilhas oceânicas o número de tipos de habitantes seja escasso, a proporção de espécies endémicas (isto é, as que não se encontram em qualquer outro lugar do mundo) é muitas vezes extremamente elevada. Se comparamos, por exemplo, o número de moluscos terrestres endémicos na Madeira, ou das aves endémicas no Arquipélago das Galápagos, com o número que se encontra em qualquer continente, comparando então a área das ilhas com a do continente, veremos que isto é verdade. Poder-se-ia esperar este facto segundo a minha





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