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Capítulo 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)

Página 419
teoria, pois, como já foi explicado, as espécies que ocasionalmente chegam, após longos intervalos, a uma nova região isolada, tendo de competir com novos parceiros, serão eminentemente susceptíveis a modificações e produzirão frequentemente grupos de descendentes modificados. Mas de maneira nenhuma se segue que, porque numa ilha quase todas as espécies de uma classe são peculiares, as de outra classe, ou de outra secção da mesma classe, são peculiares; e esta diferença parece depender de as espécies que não se modificam terem imigrado com facilidade e em grupo, pelo que as suas relações mútuas não foram muito perturbadas. Assim, nas Ilhas Galápagos, quase todas as aves terrestres, mas apenas duas das 11 aves marinhas, são peculiares; e é óbvio que as aves marinhas poderiam ter chegado a estas ilhas mais facilmente do que as aves terrestres. As Bermudas, por outro lado, que ficam aproximadamente à mesma distância da América do Norte que as Ilhas Galápagos da América do Sul, e têm um solo muito peculiar, não têm uma só ave terrestre endémica; e sabemos pela admirável descrição que o Sr. J. M. Jones fez das Bermudas, que muitíssimas aves norte-americanas, durante as suas grandes migrações anuais, visitam periódica ou ocasionalmente esta ilha. A Madeira não tem uma só ave peculiar, e muitas aves europeias e africanas são quase anualmente para ali arrastadas, segundo me informa o Sr. E. V. Harcourt. Pelo que estas duas ilhas das Bermudas e da Madeira foram povoadas por aves, que durante muito tempo lutaram conjuntamente nos seus ambientes e se adaptaram mutuamente; e, uma vez estabelecidos nos seus novos ambientes, cada tipo terá sido mantido pelos outros nos seus lugares e hábitos apropriados e, consequentemente, terão sido pouco susceptíveis a modificações.

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pág. 419 (Capítulo 13)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 419

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491