Dois dias depois da boda, os noivos partiram: Charles, por causa dos doentes, não podia ausentar-se por mais tempo. O Tio Rouault mandou-os conduzir na sua carriola e acompanhou-os até Vassonville. Ali, beijou mais uma vez a filha, apeou-se e voltou para trás. Quando tinha andado já cerca de cem passos, deteve-se e, vendo a carriola afastar-se, rodando numa nuvem de pó, soltou um profundo suspiro. Depois recordou-se da sua própria boda, do seu passado, da primeira gravidez da mulher; também ele se sentira muito contente naquele dia em que a levara da casa do pai para a sua própria casa, em que a transportara na garupa, a trote sobre a neve; era próximo do Natal e o campo estava todo branco; ela dava-lhe um dos braços e com o outro segurava o seu cesto; o vento agitava-lhe as compridas rendas do toucado típico de Caux, que lhe passavam às vezes pela boca, e, quando ele voltava a cabeça, via junto de si, sobre o seu ombro, o rostinho rosado que sorria silenciosamente sob a pala dourada do boné. Para aquecer os dedos, ela metia-os, de vez em quando, no seio. Como tudo isso já ia longe! O filho de ambos teria agora trinta anos! Então olhou para trás e nada avistou na estrada. Sentiu-se triste como uma casa sem móveis; e, confundindo-se as recordações agradáveis com os pensamentos tristes, naquele cérebro obscurecido pelos vapores da festança, teve mesmo vontade de ir dar uma volta lá para as bandas da igreja.